Para os meus olhos, quando chorarem,
Terem belezas mansas de brumas,
Que na penumbra se evaporarem...
Para os meus olhos, quando chorarem,
Terem doçuras de auras e plumas...
E as noites mudas de desencanto
Se constelarem, se iluminarem
Com os astros mortos que vêm no pranto...
As noites mudas de desencanto...
Para os meus olhos, quando chorarem...
Para os meus olhos, quando chorarem,
Terem divinas solicitudes
Pelos que mais os sacrificarem...
Para os meus olhos, quando chorarem,
Verterem flores sobre os paludes...
Para que os olhos dos pecadores
Que os humilharem, que os maltratarem,
Tenham carinhos consoladores.
Se, em qualquer noite de ânsias e dores,
Os olhos tristes dos pecadores
Para os meus olhos se levantarem...
Terem belezas mansas de brumas,
Que na penumbra se evaporarem...
Para os meus olhos, quando chorarem,
Terem doçuras de auras e plumas...
E as noites mudas de desencanto
Se constelarem, se iluminarem
Com os astros mortos que vêm no pranto...
As noites mudas de desencanto...
Para os meus olhos, quando chorarem...
Para os meus olhos, quando chorarem,
Terem divinas solicitudes
Pelos que mais os sacrificarem...
Para os meus olhos, quando chorarem,
Verterem flores sobre os paludes...
Para que os olhos dos pecadores
Que os humilharem, que os maltratarem,
Tenham carinhos consoladores.
Se, em qualquer noite de ânsias e dores,
Os olhos tristes dos pecadores
Para os meus olhos se levantarem...
Cecília Meireles
In: Baladas para El-Rei (1925)
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