"A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas." (Johan Wolfgang Von Goethe)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Celular




Certas coisas me incomodam muito pela manhã, muito mais do que o simples fato de estar indo trabalhar... (brincadeira).
 Nunca imaginei que a aula fosse por vezes interrompida numa classe de alunos, por causa desses aparelhinhos chatos que não param de tocar, e muito alto!

Celular (es)

As pessoas indo e vindo,
Com seus celulares,
Cada vez mais:

Falando, falando, falando,
falando, falando, falando,
falando, falando e falando.

Segunda, terça, quarta, quinta,
Sexta, sábado e domingo.

As pessoas indo e vindo,
Com seus celulares,
Cada vez menos:

Conseguem,
Ficar sozinhas consigo mesma. 

(R.Couto 19/05/2012)

Submersa...



Aqui estou eu
Perdida mais uma vez
Em meio a incertezas
Procurando uma razão
Para continuar viva
Meus passos
Já não encontram o caminho
De volta
E estou caindo
Cada vez mais fundo
A raiva me consome
E já não sei
Mais quantos sentimentos
Misturaram-se dento em mim
Traga-me de volta.

Angélica Cabral, outubro de 2010.

Fotografia...


Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal
.

Poema da Noite

Já chorei vendo fotos e ouvindo música;

Já liguei só para ouvir uma voz;

Me apaixonei por um sorriso;

Já pensei que fosse morrer de saudade;

E tive medo de perder alguem especial... (e acabei perdendo)

Já pulei e gritei de tanta felicidade;

Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"

Já abracei para proteger;

Já dei risadas quando não podia;

Já fiz amigos eternos;

Amei e fui amado;

Mas tambem já fui rejeitado;

Fui amado e não amei...


Charles Chaplin

Um pouco de poesia:



 
Criação
Na tristeza ou na alegria,
Talvez por nostalgia,
Viajo em busca da poesia.
Sinto a beleza da criação,
Que invade minha alma,
Procurando a inspiração.
Sorriso sem sentido,
Tentativa de controle,
Ordem no caos sem razão.
Enfim,
Veias abertas da emoção,
Transpiro palavras de amor,
Carregadas de paixão.


(Alberto Leal - 9 dezembro 2004)