"A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas." (Johan Wolfgang Von Goethe)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Por que o Ensino Médio precisa mudar?


Como aumentar a audiência no Ensino Médio? Para tentar responder a essa pergunta, o Instituto Unibanco, que apoia o EDUCAR PARA CRESCER, realizou um seminário na última sexta-feira, 26, com a presença de especialistas em Educação, que falaram sobre o Ensino Médio no mundo e as perspectivas brasileiras. Entre os palestrantes, estavam os economistas Claudio de Moura Castro e Ricardo Paes de Barros, a ex-diretora-adjunta do International Institute for Educational Planning/Unesco Françoise Caillods, o sociólogo Simon Schwartzman, a superintendente-executiva do Instituto Unibanco, Wanda Engel, o ex-presidente do Inep Reynaldo Fernandes e o professor da UFMG José Francisco Soares.

Durante o seminário, ficou claro que não é apenas no Brasil que o Ensino Médio tem problemas de evasão e desinteresse. A grande questão hoje é como tornar essa etapa da vida escolar interessante para os adolescentes, tanto aqui como em outros países do mundo. “Os jovens são muito presente-orientados. O Ensino Médio precisa trazer mais benefícios imediatos, assim como benefícios futuros”, afirmou Reynaldo Fernandes. Para Claudio de Moura Castro, “a escola brasileira não é a escola de aprender, é a escola de ouvir falar. Os professores passam o conteúdo por cima, pois acham que tudo é importante. A mudança na Educação brasileira passa fundamentalmente pela revisão da ideia do excesso de matéria”.
A francesa Françoise Caillods apresentou o exemplo dos Estados Unidos, que foi o primeiro país a tornar o Ensino Médio obrigatório, no início do século XX. Ela apresentou dados que mostram que quem passa mais tempo na sala de aula possui uma perspectiva financeira melhor. Mas parece que isso não é suficiente para os jovens. Pelo menos não para aqueles que estão abandonando a escola.
Para o economista Ricardo Paes de Barros, a solução para a crise de audiência do Ensino Médio passa pela flexibilidade e atratividade da escola. Uma das experiências apontadas como bem sucedidas para manter os jovens na escola vem do Estado de Goiás. Lá, o conteúdo do Ensino Médio foi dividido em seis períodos de seis meses. Assim, o aluno é incentivado a estudar durante todo o ano letivo e, em caso de reprovação, não perde um ano inteiro, mas apenas seis meses.

Dois estudos fomentados pelo Instituto Unibanco e apresentadas na quinta-feira por pesquisadores da Fundace e da FGV apresentaram um diagnóstico da evasão no Ensino Médio. De acordo com as pesquisas, o mau desempenho no Ensino Fundamental e a distorção idade-série são fatores determinantes para os altos índices de abandono e evasão na etapa seguinte. A verdade é que não existe fórmula mágica para resolver a crise de audiência no Ensino Médio, mas refletir e fazer um diagnóstico do problema já é um bom começo. Como sabemos, hoje quase todas as crianças brasileiras de 7 a 14 anos estão no Ensino Fundamental. Agora é hora de pensar no Ensino Médio.

 Por: Marina Azaredo 

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